Recentemente eu estava lendo um livro do astrofísico Lawrence Krauss, intitulado “Um Universo que Veio do Nada[i]” (original: A Universe from Nothing). Krauss é um ateísta e não se envergonha do fato, ele está firmemente convencido de que a matéria é tudo o que existe. E apesar de tentar nos convencer que o universo pode e deve ter se autocriado a partir do nada, ele diz algumas coisas que lançam luz sobre o fato de que a ciência tem limites quando se trata de oferecer explicações.

Primeiramente, Krauss faz esta incrível afirmação:

“Certamente, “nada” é tão físico quanto “algo”, especialmente se for definido como a “ausência de alguma coisa”.

Eu imagino se ele trata sua própria conta bancária da mesma forma: “Certamente, Sr. Gerente, você teria que concordar que “nada” em minha conta bancária é tão físico quanto “algo” que costumava estar nela, e sendo este o caso, eu posso usar o “nada” como garantia para uma nova casa”.

Ele zomba dos filósofos e teólogos por sua rígida insistência que “nada” deve ser absolutamente nada, porque esta é a única maneira de contornar as questões colossais que até mesmo filósofos ateístas estão indagando sobre como “alguma coisa” veio do nada.

A medida que Krauss continua, ele elogia o sucesso da ciência com estas palavras: “A ciência tem sido eficaz em promover nosso entendimento da natureza, porque o éthos cientifico é baseado em três princípios chaves:

1. Siga a evidência, onde quer que isto leve;

2. Se alguém tem uma teoria, é preciso que esteja disposto a provar para si mesmo que está errado, tanto quanto se tenta provar que está correto;

3. O árbitro final da verdade é o experimento.

Se tudo o que ele disse se refere a natureza, isto estaria correto, mas Krauss está argumentando que a natureza é tudo o que existe. Ele vê a ciência como uma ferramenta para entender toda a realidade. Então, embora estes princípios pareçam impressionantes, cada um deles é arruinado por uma falha.

A falha decorre das limitações da ciência. Ora, se “o último árbitro da verdade é o experimento”, isso pressupõe que toda a verdade possa ser experimentada.

Existem muitas coisas que são verdades e que não podem ser arbitradas por experimentos. Hitler invadiu a Polônia em 1939, mas como você pode provar isto experimentalmente? A verdade histórica está fora dos domínios do experimento cientifico. O que isso significa é que a prova histórica, por exemplo, deixa de lado esta visão de que a ciência é a explanação final da realidade.

Então, em “Siga a evidência, onde quer que isto leve”, Krauss irá ignorar a evidência da história de Jesus, e de todos os outros eventos da Bíblia. As evidências não podem ser trazidas à tona porque não podem ser experimentadas, portanto não são qualificadas como verdade. Isso dificilmente corresponde a “esteja disposto a provar para si mesmo que está errado”.

A ciência é magnifica, mas a ciência não examina ou descreve toda a realidade. Essa é a sua limitação. Negar a Deus por causa da ciência é como negar a existência do fotógrafo porque entendemos como a câmera digital funciona.

Mark Loughridge

[i] Editora Paz & Terra

[ Este post, de autoria de Mark Loughridge, foi originalmente publicado pelo Blog Gentle Reformation. Traduzido por Bruno Philippe e republicado em português mediante autorização. Original: https://gentlereformation.com/2019/04/13/the-limits-of-science/]